Db / h/ 1

Uma vez eu e D. estávamos aqui em casa, onde todas as janelas tem plantas, e ao redor dessas janelas existem várias árvores de ipê.
Olhando um brotinho que nascia tímido, sem nenhuma noção do que era, D. me olhou sério e perguntou de onde vinha o brotinho e porque eu tava deixando ele crescer.
Eu disse que não sabia, e que tava deixando pra ver até onde ia e o que ia virar.
D. sério arrancou o brotinho e disse que era maconha.
Eu mostrei pra minha mãe e perguntei de onde podia ter vindo.
Pra minha surpresa, ela assim como eu ficou curiosa e queria deixar crescer.
Pra ter certeza perguntamos a minha tia que entende de plantas que disse com certeza que era só um ipê rosa.

Mensagenzinha

Se alguém acompanha esse blog, o que eu acho que não acontece, mas de toda forma ele existe pra que eu possa mostrar (pra alguém?) Um pouquinho do que eu sinto, geralmente em relacionamentos.
Não, meus textos não são bons, há muito eu não leio como lia antigamente, e isso se deve ao meu maravilhoso celular.
Mas eu não quero falar disso, e sim 'avisar' (pra quem?) Que agora eu vou contar algumas das histórias engraçadas que eu vivi nesses relacionamentos.
É isso.

D.b

Eu sempre acreditei no amor, na pureza do desejo, na certeza incerta do sentimento...
Mas naquele momento eram as dúvidas que me rodeavam.
Nossas personalidades haviam se intensificado depois de longos meses à espera de uma resposta.
Eu estava cada vez mais impaciente,
E ele cada vez mais tardo.
O futuro decorado por planos de uma casa ampla rodeada e enfeitada por plantas, com convidados felizes e conversas animadas, parecia um pouco mais cinza.
Há pouco perdia seu tom laranja fogo de alegria.
Pairava em seu lugar a dúvida.
Os calafrios que percorriam meu corpo, já não eram regados pela paixão.
Meu desejo era quase tão murcho quanto maracujá velho.
As cores com que ele costuma pintar minha vida, e que eu tinha certeza que ninguém mais poderia colorir com tanta vivacidade, já estavam desbotadas.
E apesar de tantas outras pessoas, pintarem minha vida com cores tão mais vivas, eram as cores dele que eu queria em minhas telas.
Sentimentos assim, me faziam imaginar cada casa do mundo, que era habitada por famílias alegres e barulhentas, sem um único ser humano.
Como os ladrilhos, azulejos e rejuntes eram inúteis.
Como as porcelanas pintadas a mão, as velhas panelas de vidro ou barro e bules esmaltados eram insignificantes.
Como os imãs de geladeira e quadros de avisos eram quase cômicos mediante ao abandono.
Eu queria e ao mesmo tempo não queria pertencer a ele novamente.
O vazio que uma vez fora associado a sua ausência, agora pertencia a sua presença.
O único calor que eu sentia, era emanado do meu próprio corpo, e vinha acompanhado pelo frio característico das febres altas.

D.b

Eu tenho seguido tristemente, passos em círculos que não levam a lugar algum.
Eu tento viver sem mais arrependimentos e trabalhar com o que eu tenho de melhor.
Mas você sempre me suga de volta, me bagunça, me vira do avesso, e me cospe novamente na monotonia.

D.b.

Ele me disse "você é bem legal"
Ele disse "gostei de te conhecer"
Ele disse "você é sincera e doida"
E depois de uma doideira, de uma solidão
Ele me deixou.
A partir daí tudo o que eu significava era o segundo plano, a foto apagada, a 3x4 esquecida na carteira, o contato no telefone...
Ele sempre foi o foco
Ele sempre foi o zoom
E por mais que minhas lentes procurassem novas imagens,
Todas se camuflavam no seu rosto
Todas as coisas tinham em si, um pouco de "ele" guardado nos detalhes.
Quebro a câmera.

vi no enjoei: all (cherry) red óculos de acrílico toooodo vermelhinho, moderno demais, lindo demais! https://www.enjoei.com.br/p/all-cherry-red-29034724

Carta 1 db

Na primeira manhã depois de nossa separação, acordei extremamente cansada, sem vontade de acordar.
Permaneci deitada na cama contendo minha vontade de te chamar.
Me perdi nas nossas memórias fitando o nada, e nem mesmo me assustei quando um pássaro que me observava em minha janela, levantou vôo.
Meu corpo pesava uma tonelada, e era simplesmente impossível me levantar da cama.
As recordações me provocam um misto de tristeza e carinho nostálgico.
Seguro minha vontade de chorar e tento seguir minha vida por mim.
Procuro me esquecer de tudo, mesmo quando não quero esquecer de nada.

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Síntese

No final de todas as trovoadas, chuvas, terremotos e furacões, resta nós dois, duas almas feridas em corpos despedaçados.
Entrelaçados com esmagadora força, pelas cinco horas restantes de nossos encontros.
Dor e medo, insegurança mas acima de tudo amor e coragem, tentando erguer das cinzas aquilo que um dia foi nossa fortaleza.
Sem ajudas, só nós dois, morrendo de medo e de amor.

D.B.6

As pessoas vivem a nos dizer o que é o amor, ideias de um amor tranquilo e pacífico.
Mas às vezes o amor dói, e muito.
Não é apenas um buraco no peito, é um buraco na vida, e quando você vê aquela farsa, aquela mentira se erguer, seu coração idiota, não sabe o que quer dizer e decide que é o fim.
Mas há no cérebro o último dos males, nutrido pelo coração,
A esperança que te mantém vivo e é a mesma que te faz querer morrer.
Você se sente um tolo, um idiota, mas por mais que tudo isso te destrua você acredita numa solução.

D.B. 5

Quando foi que seu coração se endureceu?
Quando você se tornou essa pessoa incapaz de amar ou sentir?
Ou estará você se escondendo de mim?
Talvez eu tenha me tornado seu mais novo brinquedo preferido, e você esteja me usando pra sentir prazer por cima da dor que eu causei...
Mas há perdido em meio à essa confusão, essa história de mocinho e vilão, o fio da razão.
Eu soltei o fio, por amor, por respeito e coragem, você o perdeu ao se acovardar por trás de uma miragem,
Miragem de uma falsa razão, que talvez pra você seja motivo pra esmurrar meu peito, sufocar meu coração...